Este Exemplar Faz Parte do Acervo Museu do Gonzagão de Serrinha Bahia.
Com uma cerimônia emocionante o livro “O Rei e o Baião” foi lançado na manhã desta sexta-feira (17), no auditório do Ministério da Cultura. Estiveram presentes no evento o ministro da Cultura, Juca Ferreira, o organizador da obra, Bené Fonteles, e a secretária executiva da Fundação Athos Bulcão, Valéria Cabral. O livro resume, numa publicação recheada de fotografias e belos textos, a trajetória de Luiz Gonzaga, um dos grandes ícones da cultura brasileira e nordestina. “O Rei e o Baião” tem como objetivo fomentar e intensificar a obra do artista, que completaria 98 anos na última segunda-feira, 13 de dezembro, data em que o livro foi lançado em Recife. O organizador da Obra, Bené Fonteles, destacou a importância de Luiz Gonzaga para a música brasileira. “Sem Luiz Gonzaga não existiria Gil, nem Vandré, nem Caetano, nem Edu Lobo, nem muita gente da música popular brasileira. Luiz Gonzaga é um dos seis compositores que formam o pilar da música popular, como Villa Lobos, como Tom Jobim, como Pixinguinha, como Noel Rosa e como Dorival Caymmi”. Fonteles também agradeceu a participação do ministro Juca Ferreira no projeto, uma parceria entre a Fundação Athos Bulcão e o Ministério da Cultura. “Tenho um profundo agradecimento pelo ministro, pois sem ele esse livro não teria saído, e pelo respeito que ele tem pela diversidade cultural brasileira”. Bené Fonteles aproveitou a oportunidade para ressaltar a importância dos nordestinos para Brasília e explicou que Luiz Gonzaga foi a trilha sonora da construção da capital. “Muitos nordestinos morreram construindo essa cidade. A minha homenagem hoje é para eles”. Emocionado, ele chamou o taxista, Seu Ari, e o presenteou com um exemplar do livro. “Eu dei o primeiro livro para o Juca, mas o segundo livro será dado para uma pessoa especial. Tenho a honra de ter o Ari como amigo, ele é apaixonado por Luiz Gonzaga. Ontem eu fiz uma corrida com ele e ele foi falando e cantando as músicas de Luiz Gonzaga”. Fontele explicou que Seu Ari chegou em Brasília em 1957 e que ele representa os nordestinos que construíram a cidade e ajudaram a disseminar a música de Luiz Gonzaga. Juntos, seu Ari e Fonteles cantaram um trecho da música Boiadeiro, de Gonzaga. O ministro Juca Ferreira também se emocionou ao contar a importância da música de Luiz Gonzaga para ele durante o período em que ficou exilado. “Gonzaga era o único músico brasileiro que toda vez que eu ouvia no exílio, eu era transportado rapidamente para o Brasil. Eu diria que ele foi, junto com outros, o repertório que me ajudou a viver esses oito anos obrigatórios fora do Brasil”. O ministro afirmou ainda que a importância de Gonzaga extrapola a esfera cultural. “Mais do que importante para a cultura brasileira, Luiz Gonzaga é importante para o nordeste. Talvez sem ele, a hierarquia de regiões, o monopólio da imagem e da identidade, teriam se fixado mais fortemente no centro-sul,”. Segundo ele, o músico contribuiu para a formação da identidade nordestina. “Além da contribuição cultural, ele tem uma contribuição importante por ter alargado a perimetral da identidade cultural brasileira, incorporando os nordestinos com conseqüências tão profundas”, completou. Juca Ferreira fez questão de explicar que o lançamento do livro não é um ato isolado, já que dia 28 de dezembro será lançado, no cais do Recife, o projeto Casa Cais do Sertão, um centro cultural que será construído em torno da figura de Luiz Gonzaga. O lugar será destinado à memória e a uma série de atividades culturais que terão o objetivo de ressaltar não só a obra do músico como também a música popular nordestina e todas as dimensões da cultura popular. Durante o lançamento, o sanfoneiro Marcus Faria e os músicos Toninho Vieira e Antônio Cecílio tocaram repertório de Luiz Gonzaga.
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