O Rei do Baião, Luiz Gonzaga, será homenageado pela escola de samba Unidos da Tijuca, no carnaval de 2012. A escola fará uma homenagem ao centenário do Rei do Baião.
Artistas nordestinos terão lugar de destaque nos carros alegóricos da escola na Marquês de Sapucaí. “Dominguinhos será uma exigência nossa, que estará feita no contrato. Você não pode ficar sem Dominguinhos, que é o maior representante vivo hoje no Nordeste”, disse o presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta.
A Unidos da Tijuca foi a escola campeã do carnaval de 2010. Em 2011, conquistaram o vice-campeonato com o tema “Essa noite levarei sua alma”. O carnavalesco Paulo Barros, responsável pelos desfiles dos anos anteriores, ficou conhecido por sua ousadia. Ele também será o responsável por criar o desfile de 2012, tendo Luiz Gonzaga como tema.
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O ano de 2012 será o centenário de Luiz Gonzaga. Para comemorar, o Rei do Baião será tema de documentários, livros, shows e samba-enredo do Carnaval da Unidos da Tijuca.
A filha do cancioneiro, Rosinha Gonzaga, esteve no barracão da escola pra conhecer os detalhes da homenagem preparada para seu pai.
"Vai ser lindo ver milhares de pessoas cantando, relembrando a vida do meu pai", comentou emocionada.
O carnavalesco Paulo Barros vai coroar Luiz Gonzaga como Rei Luiz do Sertão: "Nada mais justo, pois foi justamente Gonzaga quem revelou para o mundo a rica cultura do sertão nordestino",
O cantor e compositor Flávio Leandro, natural de Bodocó-PE, autor de músicas gravadas por Elba Ramalho e Flávio José, ganha a eliminatória pernambucana do samba enredo da escola de samba Unidos da Tijuca do Rio de Janeiro, para o carnaval 2012 em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga.
Inúmeras pessoas pensam que a homenagem a ser prestada a Luiz Gonzaga pela escola de samba Unidos da Tijuca, do Rio de Janeiro, com o enredo “o dia em que toda a realeza desembarcou na Sapucaí para coroar o Rei Luiz do Sertão”, é o primeiro enredo sobre o nosso Rei do Baião.
Não é. Em 1982, a escola de samba Unidos de Lucas, que pertencia ao segundo grupo, prestou a Luiz Gonzaga uma significativa homenagem. E ele desfilou na comissão de frente da escola de chapéu de couro e gibão como bem mostra a foto acima. O mais importante daquela homenagem foi o samba-enredo, “Lua Viajante”, que sem dúvidas é um samba bem melhor do que este que ganhou o concurso para representar a Unidos da Tijuca na homenagem dos cem anos do sanfoneiro de Exu/PE.
A autoria daquele samba precioso é tripla: Zeca Melodia, Dagoberto de Lucas e Dona Gertrudes. O intérprete foi Abílio Martins e o destaque da gravação de Lua Viajante foi a participação do próprio Luiz Gonzaga que à medida que a letra ia sendo cantada ele a aprovava dizendo “é isso”, “tá certo”, “é verdade”. E no final da gravação canta o refrão da música acompanhado da sua vibrante sanfona. Uma beleza de samba, tanto na letra quanto na melodia! Se existe hoje em dia uma coisa impossível de ser ouvida é um bom samba-enredo. Uma prova de que o samba era bom mesmo foi ter sido escolhido como o melhor do segundo grupo, recebendo o famoso troféu “Estandarte de Ouro”.
O enredo Lua Viajante foi uma criação do carnavalesco Carlos D’Andrade que chegou a ser reapresentado pela mesma escola em 2006. Sobre Lua Viajante, escreveu lindamente Luiz Antonio Simas em 05/01/2007:
“Ando aluado de tantas luas. Deve ser porque vi, numa Marquês de Sapucaí iluminada, nas lonjuras de 1987, a Unidos de Vila Isabel cantar os amores entre a lua e o sol e o nascimento das estações do ano - num belo samba sem rimas do Martinho - segundo a tradição dos índios Urubu-Kaapó. Belezura que foi aquele mar azul e branco de cocares, só quem viu.
Vi também, meninote de calças curtas, nas saudades dos meus quatorze anos, o desfile magnífico da Unidos de Lucas (numa Marquês de Sapucaí deserta - era desfile do grupo 2) em homenagem ao velho Luiz Gonzaga. O samba-enredo, do qual não esqueci até hoje nenhum trecho, entra na minha lista dos dez maiores. Chama-se Lua Viajante. Reparem que letra magnífica e vejam se não é de aluar.
Senhoras e senhores, puta-que-pariu, pato não bota ovo, puta-que-pariu de novo. Foi bonito até dizer chega! O velho Luiz Gonzaga desfilou, de gibão majestoso, sanfona branca e chapéu de cangaceiro. Ali, naquele momento, que me desculpe a lua nova que banhava a Guanabara, a lua grande tava era no asfalto, na pele curtida de sol do mestre sanfoneiro do Araripe.
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